sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tire seu preconceito do caminho, que eu quero passar com a minha (d)Eficiência

Tenho 21 anos, e desde pequena apresento perda auditiva.
Como ela nunca foi significativa, cresci adaptada, sem auxílio de aparelhos ou ensino diferenciado.
Porém, com o passar do tempo, a perda aumentou.
No começo do ano passado, descobri que precisaria utilizar aparelhos auditivos nos dois ouvidos, pois a falta deles estava me prejudicando na convivência com os outros e no meu desempenho pessoal.
Com os meus recém completados 20 anos, me peguei enquadrada na categoria 'deficiente', aquilo mexeu demais comigo, fiquei abalada, não queria utilizar o aparelho. Tinha vergonha. O estigma da descrição 'deficiente' era algo que me chocava.
Após um breve período de resistência, me rendi ao seu auxílio. E depois que comecei a utilizá-lo, ao contrário do que pensava, me senti muito mais integrada na faculdade, no estágio, pois agora entendia com clareza o que todos falavam. Foram várias as vezes que cometi gafes por não compreender o que as pessoas falavam.
É engraçado lembrar a minha reação ao colocar o aparelho, era abril, e estava calor. Ouvi com precisão o barulho que o ventilador fazia. Foi uma sensação indescritível. Ao sair na rua com eles pela primeira vez, foi como se eu redescobrisse o mundo, estivesse o reinventando. O som das rodas no asfalto, o barulho do vento. Foi algo intenso!
Hoje, após um ano em 'sua companhia', minha vida está muito mais completa. Entendi que em tudo existe um porque maior nas nossas vidas. Superei o fato de ser qualificada como 'deficiente', hoje falo para todos que sou surda, preciso desse auxílio extra, mas isso em nada altera a minha condição de jovem e feliz. Descobri que a vida pode ser sim perfeita em suas imperfeições.

quinta-feira, 19 de abril de 2012





deja vu

Estava eu, banhada de solidão.
Novamente.

Aquela estranheza no ar, por não saber, não conseguir fazer com que nada seja suficientemente bom.
Falta...

Devaneios antigos vindo a tona.


Mas a força de persistir sorrindo, também.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Muito.

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"Eu te amo. Mesmo negando. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo não olhando mais nos teus olhos. Mesmo não ouvindo a tua voz. Mesmo não fazendo parte dos teus dias. Mesmo estando longe, eu te amo. E amo mesmo.
Mesmo não sabendo amar."


Caio Fernando Abreu.