sexta-feira, 26 de outubro de 2012







Viagem.

E, nessas horas, você se pega com uma saudade dolorida no peito, corre pra olhar na folhinha do calendário quanto tempo faz que ela foi embora. 

Ainda falta... Ela faz falta.

Inúmeras foram as vezes que você, na força do hábito, discou o número dela pra ligar e contar alguma novidade do dia, ou então, pensou em mandar uma mensagem para sentarem no Barigui vendo o sol, falando sobre alguma tragédia grega passageira da vida. 

Então, a surpresa vem: Você se pega com saudades daqueles defeitos que mais te irritavam nela. Aquele jeito turrão, na tentativa falha de ser ruim. Por mais que tente, ela não consegue ser ruim... Ela tem um coração bom demais pra  pensar em ser má. 

Dona de uma velhice precoce sem igual, cujo pijama era a melhor companhia nas noites badaladas de sábado. Várias foram as vezes que você se pegou indignada, principalmente porque era contigo que ela deixava de sair pra se fechar naquele mundinho maluco de quarto, livros e computador.

Ela nunca foi muito normal, nada previsível, humor cítrico -pra não dizer ácido-, nada convencional. Aqueles modismos nunca foram a sua praia. 

Era aquele tipo de pessoa que sabe sim sobreviver sozinha. Independente. Se tinha vontade, ia e fazia, do jeito que bem entendia e ponto. Não tinha receios, desbravava todos os seus medos e anseios. Segura de si e bem resolvida. 

Acho que ela nunca soube ao certo o quanto você a admirava por isso. O quanto você queria aprender a ser mais assim, como ela.  Mas em vinte e dois anos de amizade, existem coisas que não precisam ser faladas para que uma possa compreender a outra. A sinergia é involuntária. 

Enquanto isso, você permanece aqui, saudosa de tudo, riscando mais um dia na folhinha do calendário esperando-a, novamente, voltar. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Entra pra ver...

Mas se você quiser
Alguém pra Amar
Ainda



Mas se você quiser 
Alguém pra Anular
Ainda



Te indico alguém... 

- Açúcar Ou Adoçante - 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

23.10.2012


A limitação da espiritualidade é a coisa mais triste que existe...

Sempre desacreditei que existissem pessoas assim. Assim, tão limitadas. Não digo limitação intelectual ou física, porque essas independem da força de vontade do sujeito em questão.
Me refiro àquela pessoa pequena de alma.

Saber trabalhar com as diferenças é algo extraordinário. Nem todos conseguem se sair tão bem, é verdade. Mas a boa maioria –pelo menos finge – sabe lidar com opiniões diferentes das suas. Mais do que isso, essa é uma premissa básica, é respeito.

Sou Umbandista, mas tenho amigos evangélicos, católicos e ateus. Todos convivem na mesma roda, saem juntos, e até mesmo chegam a discutir sobre religião. Mas o respeito sempre prevalece. Não há conflito, não há quem ganhe ou perca. O que acontece é uma soma, os valores se agregam, sempre há um aprendizado. Mesmo que não exista um consenso. Afinal, unanimidades são burras.

Mas hoje me deparei com um comentário lastimável na minha timeline. Mesmo o Brasil sendo um País Laico, me espantei com um jovem (classe média, boa ‘educação’) proferindo os maiores absurdos contra religiões que ele claramente não tem conhecimento algum! Tratando por ‘macumbeiros’ quem apenas está expressando seu credo.

Diante do exposto, só tenho a lamentar. Não sou eu quem irá sofrer a consequência de ser tão cabeça pequena. Mas confesso que me envergonhei por você. É esse preconceito exacerbado que transforma o mundo nessa podridão. Mas nas minhas atualizações, o senhor não aparece mais.

- Texto publicado no facebook, originalmente.
Mas o recado está aí pra todos.   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Assim Seja!



"Gostaria de te desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente.
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes.
E que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da tua felicidade..."

- Carlos Drummond de Andrade. 

Muito!

"Então se todos os corações estão batendo
Todos podem ganhar amor!"

.Mallu Magalhães. 


e agora josé?

Ando ausente.
Ausente de tudo, ausente de mim.
Ausente em mim.

Esse dilema não é novidade. Sentir um vazio no peito é corriqueiro.
Confesso que já acostumei com a sensação. E juro, até consigo viver numa boa com a presença dela...

Mas, apesar de tudo, é chato não ter alguém pra chamar de seu.
Parece absurdo isso, ficar reclamando de barriga cheia, uma vez que tenho uma vida muitíssimo boa, sem problemas realmente grandes (a não ser a conta do meu cartão de crédito).

Porém, essa falta é real e presente. Não posso fingir não notá-la.
O problema é que falta carinho. Falta pele. Falta um pé pra esquentar o meu. E eu já não to conseguindo suprir isso.

Sei bem que é o pior erro de todos o que estou cometendo: Me deixando gostar por pura carência.
Quero voltar a ser aquela velha e boa mulher macha que sempre fui...