Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que a liberdade seja a nossa própria substância. (Simone de Beauvoir)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Perdendo se encontra
Eu quero amar, amar perdidamente
Amar só por amar. Aqui... Além...
Mais Este e Aquele. O Outro e Toda gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi para cantar.
E se um dia hei-de ser pó, cinza, e nada.
Que seja a minha noite uma alvorada
Que eu saiba me perder... para me encontrar...
Florbela Espanca
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Violência gera orgulho
E agora.
O fim do turbilhão se aproxima. Estamos vencendo, pouco a pouco, esse enduro.
E após muita concentração, noites em claro, leituras, debates, dores físicas, desgastes, ele está ficando pronto.
Que sensação louca.
Está tomando forma. A maluquice.
Que orgulho. Que felicidade.
Sentir-se capaz de concluir algo, saber que você pode fazer aquilo.
Quando você já não acreditava mais em si. Superar-se
Uma das coisas mais incríveis que senti.
Um tema que doeu em mim colocar no papel.
Independente da nota que vier.
Para mim, já valeu dez.
Me sinto vitoriosa e orgulhosa de mim. Que sensação incrível.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Só o amor salva!
Encíclica Ladauto Si.
domingo, 23 de outubro de 2016
terça-feira, 18 de outubro de 2016
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Analisar
Chegamos ao ponto essencial.
Naquele que bagunça tudo.
Achava que era por um motivo que estava indo lá. Então descubro que não.
Que difícil.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Endoidecendo
Uma onda de insegurança, ansiedade, nervosismo incontrolável tomou conta de mim. Sinto que não vou dar conta de tudo que tenho para fazer. Um pânico se apodera de mim, e eu travo.
Não consigo ler. Não consigo produzir. Não consigo fazer nada do que devo.
Diante de uma situação assim, é natural que fiquemos introspectivos.
Eu sinceramente não consigo fazer nada além de chorar minhas lástimas e falar do meu próprio umbigo. Não resolve meu problema, eu tenho plena consciência. Mas ajuda a elaborar o sofrimento. Além do mais, existem sintomas físicos que me atrapalham. Fico trêmula, inquieta. Minhas mãos suam, me sinto taquicárdica.
Mas o problema real é minha mente.
Ela não tem limite. Nesses últimos dias chego a ficar zonza, de tanta coisa que penso. Atordoada por uma mente inquieta, que na maior parte das vezes só faz criar minhocas e caraminholas.
Estou absorta nessa realidade dura, que me faz ficar enlouquecida com as paranoias que eu mesma crio.
E assim vivo no looping eterno.
Essa sobrevivência tem sido sofrida. Espero dar conta e chegar até o fim do ano com o mínimo de sanidade.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
ela em mim
sábado, 17 de setembro de 2016
A vida é curta mas os sonhos não.
Fiz 26.
Uma coisa meio estranha essa, envelhecer.
O tempo passa, mas pra mim, pro meu corpo, pra minha mente, ele não passa.
Me sinto exatamente a mesma de anos atrás.
Então reflito um pouco e percebo que, ufa, ainda bem que não sou a mesma.
Mas ainda reluto com esse tempo. Brigo com ele cotidianamente.
Minhas ideias mudam, minha personalidade, vontades. E agradeço imensamente por essas mudanças.
Porém, ainda me vejo como uma guria novinha, cheia de sonhos, com pouca maturidade. Não consigo me imaginar tendo que viver por conta própria.
Chego a me sentir incapaz.
É uma sensação muito louca.
Nesse último dia 13 recebi mensagens de muitos amigos dizendo que me admiram, admiram minha força, minha coragem, minha postura perante o mundo.
Confesso que meu ego ficou muito inflado. Eu gosto que os outros me vejam assim. É verdade.
Mas ao mesmo tempo, me confortou saber que estou indo pelo caminho certo, que vale a pena seguir do jeito que estou seguindo.
Me orgulho do que estou me tornando, mesmo tendo tantas inseguranças.
Acho que envelhecer, no fim das contas, é isso:
Não saber de nada.
Viver conforme se acredita, naquilo que você pretende construir para o mundo, mas sempre naquela linha tênue, sem saber se está seguindo pelo caminho correto.
Quando temos certeza convicta de algo, nos fechamos para outras possibilidades. Não vale a pena ter certezas imutáveis.
Que venham tantos outros 26, com essa alma juvenil, com essa preocupação com o mundo, com essa força para mudar, com essa empatia, com essa ranzinzice, com esse amor para dar, com esse senso crítico, com esse sorriso frouxo, com esse cabelo emaranhado.
E sem certezas absolutas.
sábado, 10 de setembro de 2016
sábado, 3 de setembro de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
ex.pi.rou
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Salta pra sentir
Escrevo porque não cabe dentro de mim.
As coisas saem, implodem, arrebentam e arrebatam...
Nos últimos tempos percebo que quero sentir isso
busco amores fortes, advindos de rompantes.
Entregas intensas e sem medidas.
Me sinto intensamente adolescente,
é algo delicioso.
Difere daquele amor calmo e sereno.
Eu quero essa maré arrebatadora.
Ao mesmo tempo que exito, quero me jogar.
Saltar sem mensurar o que pode doer.
Eu só quero sentir.
Me guardar nesse teu braço sem sentir o que acontece em nossa volta.
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Espaços não escolares
Aprender que o aprender
Não está somente no ler e escrever
Mas que existem outras formas de saber
A do viver, a do sentir, de quem chora, de quem ri
Da dona Maria ao seu João
Que contam histórias com muita emoção
Do pescador ao catador de latinhas
Que vive na rua aprendendo com a vida
Do samba de roda ao boi de mamão
Que cantam Cultura através da canção
Do grafite no muro à pipa no ar
Que pintam pro mundo educação popular
- autoria do autor
sexta-feira, 29 de julho de 2016
..
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Putiação
Já falei sobre isso em outro momento aqui. Mas é louco como continua atual.
Hoje em dia, as coisas são muito volúveis.
Não há nada que faça você continuar algo com alguém, além da sua vontade. Apenas ela.
Antigamente as pessoas se obrigavam a cultivar algo com os outros, mesmo que acontecesse algo. Era uma espécie de retribuição. Acredito que, na verdade, antigamente as coisas deviam ser mantidas, por uma questão de hombridade, gratidão.
Você não descartava alguém porque ele falou algo que você não gostou. Ou fez algo que você não concordou.
Existem os prós e contras. É verdade. Sentir-se na obrigação não é algo que todos gostem.
Mas a contrapartida é necessária.
Estamos vivendo um momento um tanto egoísta. Ninguém pensa no outro. Ninguém se coloca no lugar do outro. A pessoa só quer aquilo que é bom pra si, que resolva o seu problema. E acabou.
Não nos esforçamos para que as relações com os outros deem certo. Ou o outro me engole como sou, ou eu vou seguir meu caminho.
As coisas não são assim.
Devemos ceder, para que consigamos atingir nossos objetivos, e também, para auxiliarmos os outros a atingirem os deles. Logicamente, não deixar ninguém passar por cima de você para se dar bem. Mas eu devo sim ponderar no que o outro sente com relação à minha atitude!
Tenho pensado nisso com frequência ao vivenciar situações nesses aplicativos de paquera.
Ali você consegue perceber nitidamente o egoísmo e a falta de alteridade das pessoas. As pessoas começam uma conversa, e somem, conforme seu bel prazer. Não há justificativas. Elas apenas param de falar. Enjoam de você, e não veem necessidade de se manifestar nunca mais.
Ok, você não tem nada com ela, você não pode cobrar nada dela (nem de ninguém, na verdade). Mas você estabeleceu uma relação! Você desencadeou um sentimento, uma expectativa, um qualquer coisa na pessoa.
Porque você acha ter o direito de sumir como se fosse poeira no vento?
O que te leva a fazer isso?
Temos vivenciado tempos de babaquices gratuitas e inexplicadas, fundadas e embasadas apenas no egoísmo alheio.
Enquanto vivermos tentando preencher apenas nosso umbigo, deixando o do coleguinha de lado, não avançaremos em nenhuma direção.
terça-feira, 19 de julho de 2016
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Aquela dos 30
Hoje já é quinta-feira
E eu já tenho quase 30
Acabou a brincadeira
E aumentou em mim a pressa
De ser tudo o que eu queria
E ter mais tempo pra me exercer
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
E há pouco eu tinha quase 20
Tantos planos eu fazia
E eu achava que em 10 anos
Viveria uma vida
E não me faltaria tanto pra ver
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
E me faz tanta falta
Preciso de um tempo maior
Que a vida que eu não tenho toda pela frente
E do tamanho do que a alma sente
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Dou valor ao que a alma sente
Mas já curti Bon Jovi
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Quase sexta-feira
E me falta tanto ainda
terça-feira, 12 de julho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
O caos é uma ordem por decifrar
não repara a bagunça
é que ficou tudo meio assim desde que o último habitante passou por aqui.
as coisas andam meio confusas. Eu resisti em arrumar algumas partes. E aí foi ficando assim
desse jeito que você tá vendo.
Não precisa se assustar
Eu não vou te comparar com aquele que deixou tudo assim
eu ainda tenho uma certa resistência em deixar alguém entrar aqui. É muito dolorido ter que remexer nas coisas que a gente deixou pra trás.
Mas uma hora a gente tem que por ordem na casa.
já faz quase um ano.
e aqui tá pedindo muito pra ser habitado. Eu quero que aqui volte a pulsar como um dia já pulsou.
Eu só preciso ter certeza.
Certeza que não vai ser tão ruim como da outra vez.
que eu não vou arrumar tudo, pra que do nada, as coisas saiam do lugar.
você sabe, eu detesto coisas fora do lugar. Não sei lidar com elas desse jeito.
quando elas desarrumam, eu deixo pra lá.
Já teve gente que tentou me ajudar.
já comecei a levantar as coisas, arrastar os móveis.
mas quando a pessoa viu que daria muito trabalho, ela deixou pra lá.
e eu fiquei mais perdida ainda nesse caos.
era trabalhoso demais. Deixei pra lá.
E foi o que fiz desde então.
Eu quero sua ajuda. Pra arrumar tudo que tá jogado aqui.
tirar essa poeira acumulada, trocar o óleo das dobradiças, esticar o lençol embolado.
não repara nessas coisas fora do lugar.
Acho que no fundo, eu sou meio assim, as coisas têm seu rumo certo, mesmo que ninguém entenda, mesmo que eu não entenda.
talvez, você me ajude a entender.
quem sabe você coloca ordem nisso tudo.
ajeita essa parafernalha
e habita pra sempre aqui.
segunda-feira, 20 de junho de 2016
About
Não nesse amor romântico que aprisiona, machuca e é maluco. Acredito no amor como algo maior. Tenho tatuada a frase "Ser amor em movimento" porque é o que eu desejo. Ser amor. Porque o amor nos move. Sem ele, não fazemos nada. É preciso que eu tenha amor no meu dia a dia, pelo que eu faço, por quem está a minha volta. É difícil viver no amor. É um exercício diário. Mas eu vejo que a vida só é possível se eu trabalhar e perpetuar esse amor.
sexta-feira, 3 de junho de 2016
quinta-feira, 2 de junho de 2016
A primeira apresentação a gente nunca esquece
Hoje provei disso e me senti a pessoa mais feliz do mundo.
Realizar algo seu, se dedicar, passar noites em claro, para apresentar pra todos ao seu redor e ser reconhecida pelo seu trabalho. Não poderia ser mais gratificante.
Cada dia mais me apaixono pelo tema que escolhi, pela vertente que estou seguindo. E me orgulho muito do que estou construindo. Definitivamente!
O cansaço é meu companheiro, mas a felicidade, essa é impagável.
Fazer o que se gosta, o que acredita, é de uma completude sem igual. Vale a pena todo sacrifício.
Hoje vou dormir absolutamente feliz pelo resultado que colhi.
E acho importante dividir essa alegria com todos. Mesmo sendo um mérito meu e do meu grupo apenas.
Me sinto extremamente bem. Sensação de estar no caminho certo.
Só posso dizer: Valeu, Deus!
segunda-feira, 30 de maio de 2016
@aindestoubebada
Acho que eles de fato doem Doem aquilo que não consigo exteriorizar de outra forma. Aquilo que fica aqui comigo, encalacrado.
Percebo que a nossa profundidade enquanto ser é muito maior do que podemos sentir. Você nunca vai conseguir transmitir o quanto você é
E isso será algo só teu. Sem que ninguém possa captá-lo. Porque você é sozinho, dentro de si, aquilo que ninguém vê. E aquilo é só teu
Essas coisas de querer ser exatamente o que se é, ainda vai nos levar além, já diria alguém que foi tanto.
Resumindo. Você nunca transmitirá para alguém o tanto que você sente, que você chora, que você é de fato. Porque isso, nem você dá conta.
Infelizmente, essa tua abundância de ser, sentir, querer, será só tua. Indivisível, sem que outros possam compreender o que você é.
Será teu sentimento mais confortável, e mais hostil. Porque você entenderá o quanto você é. Enquanto o mundo jamais conseguirá te absorver.
Brainstorm
Somos tão insignificantes, tão momentâneos. Nesse momento, estou aqui, ponderando sobre uma possível vida que virá.
Mas será que terei meu rumo certo?
São tantas inquietações, tantas variáveis, possibilidades, rumos a serem tomados. Tantas coisas a serem ponderadas.
Hoje ouvi tantos relatos de futuros, de sonhos, expectativas. A gente se coloca nessa condição de sonhador, e é tão bonito. Fico curiosa pra saber se me orgulharei do que sonhei um dia.
Talvez eu esteja querendo adiantar passos. As coisas são ao seu tempo, não no tempo que eu imagino.
Mas fico fantasiando, como será que meu futuro reagirá sobre meu passado?
Tenho tanta insegurança, acredito estar no caminho certo, mas quem garante? E se não for? E se depois não conseguir modificar o que foi feito?
Eu só queria acertar o mais coerente com o que acredito. Viver aquilo que acredito.
Será que no futuro eu conseguirei me orgulhar do que fui?
Será que conseguirei entender o que sentia? Porque as vezes, no atual momento, não entendo. Busco um entendimento a longo prazo. Talvez algo que atenue minha culpa.
Quero poder me apoiar no que fiz, e dizer: faria de novo. Porque sou assim, acredito no que escolhi para minha vida.
Quero ter em quem poder confiar, quero ter uma família ao meu redor, meus amigos por perto, minha velhice chegando de maneira plena e feliz, satisfeita com o que eu fui.
Às vezes sinto que esse será o momento de maior felicidade que sentirei. Quando estiver plena.
Mas aí, já estarei próximo ao fim.
Não posso esperar tanto tempo pela plenitude. Preciso do já. Quero estar certa e convicta das minhas decisões.
Ficar fantasiando sobre essas coisas dão uma certa aflição.
Mas é bom, para retornar ao presente, e lembrar que é agora que preciso atuar.
Loucura.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
domingo, 15 de maio de 2016
Solidar
Ela ali. Parada entre tantos.
Sentindo a sociedade passar, e ela despercebida.
Os carros passam na janela de maneira corriqueira. Seguem seus rumos. Sorte a deles terem um...
Ela indaga sua solidão. Ou seria solitude. Sozinha entre tantos. Sozinha dentro de si.
O Beatles tocando, lembrando que o help nunca vem quando se deseja.
A brasa do cigarro queimando em uma velocidade sem igual. Que não conseguia distinguir se era lenta ou rápida. Apenas sentia seu impacto.
As coisas passando na TV, não conseguia compreender o que era dito. Os casais se abraçando em sua frente, não entendia de onde vinha aquele amor. A vida rumando. E ela ali. Sem entender.
Ela era demais. Demasiadamente muito. Transbodava todas as barreiras que tentavam cerceá-la.
Conseguia então, compreender o porque da solidão.
Não haveria como alguém comportá-la.
Nem ela comportava a si mesma.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Tanto querer.
Queria eu, dentro de todas as minhas palavras, poder te dizer o quanto te queria.
Queria poder querer de forma mais comedida. Disfarçada. Queria...
Queria sentir em você todos os dias aquela felicidade compartilhada ao teu lado, com aquela sensação de completude. Queria...
Queria que você quisesse me querer.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
quinta-feira, 31 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
♡
Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho...
Pablo Neruda
terça-feira, 15 de março de 2016
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"Quando um copo quebra, por mais que se recolham os fragmentos, algo ficará piscando no chão no dia seguinte. Viver é se cortar, não contar os riscos. Não há como amar sem dar tempo ao ódio. Não há como odiar sem dar tempo ao amor. Paixão é não saber. Quando se sabe, é amor."
CarpiNejar
quinta-feira, 3 de março de 2016
Um ser ontológico. Eu sou.
Hoje eu li um texto que falava sobre saudade.
Fiquei com os olhos marejados. Porque saudade é assim. Especialmente a saudade daquelas que eu escolhi pra chamar de minhas.
A medida que amadureci fui sendo obrigada a conviver com esse sentimento louco e ambíguo.
E ele é dolorido. Porque a saudade só existe daquilo que já vivemos e fomos ceifados. Seja um momento, seja uma companhia.
Nunca soube lidar com esse negócio estranho, quase inominável. Definitivamente: com distância eu não sei lidar. Seja distância física, seja emocional.
E eu sofro, sofro copiosamente. Por não ter mais aquela relação cotidiana. Sofro por não ter aquela companhia pra dividir as aflições. Por não ter alguém pra contar a felicidade imediata. Por não ter alguém que compreenda o meu jeito e aceite todos os trejeitos chatos que tenho.
Eu sei. A saudade está diretamente ligada com a maturidade. Conforme você vive, a vida te cobra e te suga. Não há o que ser feito além de correr para sobreviver da melhor maneira.
E é durante essa corrida que as coisas se esvaem pelos dedos.
É muito louco. Porque ao mesmo tempo que você vai se afastando, você reforça aqueles laços.
Hoje em dia eu sei que as minhas amigas são muito mais minhas do que já foram um dia. Porque o tempo, esse menino maroto, sabe agir com destreza. Ao decorrer dos dias, eu refaço minhas escolhas. Eu escolho de quem eu vou sentir falta. Eu escolho quem vale a pena deixar os olhos marejar.
Em resumo. A maturidade dói. Eu sempre soube disso. Mas viver essa parada maluca é muito mais complexa do que eu um dia supus.
E acredito que jamais serei madura suficiente pra compreender essas distâncias que a vida nos obriga.
Àquelas que chamo de minhas, deixo registrada aqui minha saudade cotidiana de cada uma.
Mas deixo também minha gratidão eterna, por de fato serem minhas.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Pois é.
"Pois é cara
Eu te liguei
Eu realmente estava afim
Queria mesmo transar
Foder
Trepar
Sem me preocupar com nada
Sem ter medo do que você iria pensar
Ou se você iria espalhar.
Puta
Safada
Vadia
Tarada
Pode falar
Continua falando
Enquanto tu fala eu to gozando
Eu to dançando na chuva
Estou anulando a dor.
Que dor?
A dor de ser discriminada
Humilhada
Desprezada
Pelo simples fato de ser mulher
Sim, ser mulher tem lá o seu preço
Tem a sua cruz.
Não quero abrir mão dessa casa pequena
Onde cada sentimento meu tem lugar
Tem espaço
Tem liberdade.
Não preciso do teu sobrenome
Na verdade nem lembro o seu nome
Minha intenção não era te conhecer
Te entender
Ou te pertencer
Eu só queria mesmo foder
Com você e com quem eu quisesse.
O que eu sinto fazendo isso?
Prazer!
Já amei?
Claro!
Já chorei?
Muito!
E agora quero ficar em paz comigo
Não preciso de alguém.
Se eu te liguei
Foi porque saquei que você não queria ser meu
E nem de mais ninguém
Olha que coincidência cara!
Pois é, eu também."
-Helena Ferreira.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Odoiá
Que coração intenso
parece que tem um mar aí dentro
És sereia que caminha sobre o Aiye
Oras mar tranquilo outras nem tanto
Se tem um povo que não foge da luta
É o povo de maré cheia
Cheia de encanto e beleza
És a parte mais linda que estar
Sempre presente em nosso caminho para nos alegrar
És a força das ondas
As dunas douradas e ensolaradas em dias de verão
És o dengo precioso de Yemanjá
É a pérola que enfeita sorrisos
Orí que transborda axé
É mulher inteligente que enfrenta
Mas sabe quando deve recuar
assim como o mar
Seu olhar é como espelho d'água
Conseguimos enxergar e sentir
todo seu amor, suas emoções
Ninguém segura você
Mas você tem poder de manter perto
Quem merece estar
Afinal tolo é que não ama
MAR
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Bem no fundo
bem lá no fundo
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
A partir desta data
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
Extinto por lei todo o remorso
maldito seja quem olhar para trás
lá para trás não há nada
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
Leminski
Imediato
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
"Uma vez que os acasos acontecem, não se pode voltar atrás"
Seria exatamente assim.
Se eu não tivesse recebido aquele envelope. Aquele, em papel manteiga. Com um perfume desconhecido, que invadia o espaço mesmo estando fechado.
Engraçado né. Em pleno 2016. Cartas manuscritas. Envelopes fechados.
Emoções seladas. Soa bonito. Mais ainda quando abrimos, e sentimos.
Não poderia ser diferente nessa carta.
"Sabe, eu acredito que as coisas acontecem nos momentos em que podemos lidar com elas, acontecem no momento certo."
Sim. Eu sei.
As coisas acontecem em seu momento. E elas aparecem para nós no momento certo.
Não existiria momento mais certo pra eu ler isso.
E aí a catarse veio. E eu chorei.
Mas não foi um choro por conta da mágoa que existia.
Foi um choro de felicidade. Porque, mesmo com coisas difíceis, a vida tem coisas magníficas. E é mágico quando acontece dela apresentar esses pequenos gestos quando a gente mais precisa. Quando você consegue se permitir tocar e observar, aquilo transfere-se de um sentido tão grande.
Me senti amada e acolhida por aquelas palavras.
Senti que existem coisas que significam tanto, dizendo tão pouco.
E tudo aquilo só poderia vir dela.
Ela sabe daquilo que sinto. Ela sabe aquilo que vai batendo lá no fundo, que solidifica e cristaliza na alma. Ela tem mais de duas décadas comigo, eu não preciso ser diferente do que sou.
Ela tem um jeito único pra se fazer presente na minha vida.
Na sua singularidade. Na sua crítica (que é constante, é verdade). Na sua lealdade e observação.
Obrigada, minha amiga, por me fazer sentir assim.
Obrigada por, mesmo sem querer, fazer tanto sentido.
"Se eu pudesse lhe dar uma coisa na vida, eu lhe daria a capacidade de enxergar a si mesmo através dos meus olhos. Só assim você perceberia o quanto é especial para mim".
- Frida Kahlo.