segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sutil

Aquela linha tênue que separa uma grande amizade dum grande sentimento de posse.
Ela é fina e imperceptível como um fio de nylon, que ao tentar ser rompido fere os dedos de quem o forçou.

Reflexivo.

domingo, 9 de junho de 2013

Só pra você saber...

As mudanças são malucas. 
Sabe, uma intensidade estranha. De repente, você muda a opinião e tudo fica assim, tão diferente. 
E elas vão chegando uma por cima da outra, com você sentindo tudo ao mesmo tempo, e não conseguindo entender o que está sentindo.
Você se vê no meio dum turbilhão de vida, de ânsia de viver. 
E ao mesmo tempo, bate aquele desespero, porque você não consegue por ordem em nada. Tudo fica fora do lugar, você não consegue decifrar aquele nó no peito. 

Eu sei que depois da tempestade vem a calmaria.
Estou esperando pacientemente ela chegar...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

No Pranto

Não tentes consolar o desgraçado
Que choras amargamente a sorte má
Se o tirares por fim do seu estado
Que outra consolação o restará...

- Mário Quintana -

segunda-feira, 3 de junho de 2013

L'amour ça ne va pas



"L'amour j'en veux pas
J'préfère de temps en temps 
J'préfère le goût du vent
Le goût étrange et doux de la peau de mes amants 
Mais l'amour, pas vraiment!"

sábado, 1 de junho de 2013

Cotidiano boboca.

Tendo um dedo de prosa com a minha mãe:

- Ana Caroline, você precisa de um namorado! 
- Como se eu não soubesse, mãe. Mas eu quero alguém pra poder discutir filmes Argentinos, que goste de música francesa, que seja romântico e aprecie bons vinhos! Não quero qualquer um...
- Esse é um amigo gay, Ana. Homem é aquilo ali (e aponta para o meu padrasto metaleiro, barbudo, gordinho e cabeludo que no momento estava tomando uma cerveja e cuidando da churrasqueira).


Sabe, eu desisto, viu Deus!

O resto da vida!


Mais uma de tantas paixões.


Era carnaval, ficamos naquela euforia maluca. Nada além de cachaça na cabeça.
Você sentou na minha canga enquanto rolava uma tentativa de luau, e eu ria das piadas sem graça que você fazia, e da tua facilidade em perder os chinelos.

Depois de algumas notas mal tocadas no violão, e aquela visão embaçada de porre, eis que amanhece o dia seguinte com um toque diferente na minha bolsa. Me deparo então com um celular que não é meu.
Mas já é dia, e eu já estou no ônibus rumo a Curitiba.
Combino com a tua mãe de te devolver o aparelho na semana seguinte, porque pra minha sorte, você mora lá.

Na data combinada, lá vou eu te devolver.
Situação inusitada essa nossa. Um começo digno de filme, eu diria.
E com isso, voltamos a ficar. Não é que o amor de verão subiu a serra?!

Àquelas terças feiras estendidas, aproveitadas no cinema. Foram dois meses, deliciosos.
Sem cobranças, sem perturbações. Amigos com benefícios, era o que éramos. E era tão bom!

A separação veio da mesma maneira que veio a junção. A Federal entrou em greve, e você voltou pra casa. Nosso pequeno relacionamento não aguentou quatro meses de ausência. Acabamo-nos. Assim, sem mais nem meio mais.

Ao te reencontrar naquele ponto de ônibus foi como se eu fosse teletransportada para aquele momento onde paramos. O teu sorriso bobo enquanto se abaixava na janela e pedia licença pra entrar no carro, seguido daquele teu cabelo despenteado e um comentário tosco para descontrair.

Então me lembro: como tua companhia era boa! Que pena que não demos certo juntos.
Me deu uma saudade danada daqueles tempos antigos.

Costumo achar que tudo tem um porque de acontecer e deixar de acontecer. E acho que no fundo, motivo deve haver por você ter ressurgido assim na minha vida novamente.
Espero poder tropeçar contigo mais vezes por esses dias. E, porque não, como antigamente?