segunda-feira, 11 de março de 2013

Dias atrás.

No meio do tempo cinza de Curitiba, tropeço contigo num dos cantos mais charmosos da cidade
eu esbaforida, atrasada, como de habitual.
E você na tua serenidade, fala calma e sorriso frouxo.

Paramos ali, nos sinaleiro. Cada um numa extremidade, e ficamos nos encarando, como se fosse a primeira vez.
Olhos fixos e intensos, mas eles já não se desejavam mais.
atravessei a rua, e você me esperou, tirando suavemente os fones de ouvido.
Alguns pingos de chuva caiam na gente, deixando a marca na tua camiseta branca.

Um cumprimento breve, e eu evitei o teu abraço.
Receei, é verdade.
Talvez por não me adaptar à ideia de não mais tê-lo quando queria. Talvez por orgulho ferido.
Sempre sofro com isso. Esses encontros abruptos, me pegando desprevinida, me deixando sem jeito.
acabo me denunciando. sou melhor com palavra do que com gestos.

A ideia de ter que dar o braço a torcer, e enteder de vez que você não me quer mais
é aquele lance de ego. Como assim, me dando um fora?
Não queria gostar de você, mas também nao queria que nenhuma outra o fizesse.

é egoista, eu sei. nunca disse que não era.
Nos encaixávamos tão bem assim, pra que mudar algo que estava bom?

Meia dúzia de palavras trocadas, um sorriso teu, uma falta de jeito minha, o sinal torna a fechar.
tu atravessas a rua, passos largos, firmes e calmos.
Eu continuo subindo, tentando parecer o mais confiante possível, num passo miúdo, quase correndo, pensando em como teria sido bom te dar aquele abraço...

Tomara...

"Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém nesse mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.. Que mesmo quando estiver doendo, nós não percamos de vista o sonho e a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz!"


C.F.A.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Garimpando!

... Escolhi amá-la. Escolhi lembrar dos beijos moços, dos suspiros, dos passeios de bicicleta. Tirei os espirros, os chulés e a sua mania de nunca colocar vírgula antes dos vocativos. Escolhi acreditar nos teus carinhos, enxergar o que sei de amor em você e escolhi acreditar que você faz o mesmo. E o nosso amor vai durar enquanto cuidarmos com tanta destreza desse nosso empilhamento de instantes. Sempre achei que, no fundo, amar é garimpar lembranças de instantes bonitos. Assim como o ódio é apenas um amor mal-humorado, preguiçoso de garimpar o que se tem de doce.

-  Ana Larousse.