terça-feira, 9 de março de 2021

As mulheres que guardo em mim

 

As mulheres que guardo em mim são gigantes

Se tornaram abrigo

Acolheram e aqueceram meu passado

Para que meu presente se fizesse enfim.

As mulheres que guardo em mim são artesãs

Costureiras do tempo

Remendaram suas crenças e teceram memórias

E por isso eu nunca me esqueço que apesar do não elas fizeram sim

As mulheres que guardo em mim são lindas

Carregam uma boniteza que não pode ser medida, avaliada, comparada ou ignorada.

Pois até hoje testemunho o seu fim

As mulheres que guardo em mim fizeram terra frutífera

Elas se plantaram e se alimentaram.

Me nutriram e me ensinaram a ser espinhos pétalas e raízes

Graças a elas, hoje eu sou jardim.

Eu moro nelas e sou eternamente grata por essas mulheres que guardo em mim

 

Carol Fernandes 

quinta-feira, 4 de março de 2021

desilusão

Após 340 e poucos dias vivendo em pandêmia
Hoje tivemos um recorde de mortes. 
1900 em um único dia. 
A sensação é de abandono à própria sorte. Como se nunca mais fôssemos sair dessa situação.
Nosso presidente é um louco, genocida, negacionista. 
Nossa população é inconsequente e desesperada. Não temos acesso ao mínimo do mínimo. 
Não há renda. Não há garantia de vida. De sobrevivência. De políticas públicas. Nada garante a nossa existência e subsistência. 
Não há como culpar o povo que precisa trabalhar. O culpado tem nome e sobrenome. O sistema capitalista esmaga os trabalhadores em sua máquina de moer carne. 
Já são mais de 250 mil mortos. 
E ninguém se importa.
São apenas números. Estatísticas. 
A máquina continua moendo...
O presidente continua falando mal do uso das máscaras. Propagando o tratamento precoce pra uma doença que nem cura tem. 
E a população fica sobrevivendo por si só, torcendo pra que alguma hora alguém olhe por nós, com sorte, nesse Pandemônio.