sexta-feira, 22 de julho de 2016

Putiação

Refletindo sobre a liquidez das relações.
Já falei sobre isso em outro momento aqui. Mas é louco como continua atual.

Hoje em dia, as coisas são muito volúveis.
Não há nada que faça você continuar algo com alguém, além da sua vontade. Apenas ela.
Antigamente as pessoas se obrigavam a cultivar algo com os outros, mesmo que acontecesse algo. Era uma espécie de retribuição. Acredito que, na verdade, antigamente as coisas deviam ser mantidas, por uma questão de hombridade, gratidão.
Você não descartava alguém porque ele falou algo que você não gostou. Ou fez algo que você não concordou.

Existem os prós e contras. É verdade. Sentir-se na obrigação não é algo que todos gostem.
Mas a contrapartida é necessária.

Estamos vivendo um momento um tanto egoísta. Ninguém pensa no outro. Ninguém se coloca no lugar do outro. A pessoa só quer aquilo que é bom pra si, que resolva o seu problema. E acabou.
Não nos esforçamos para que as relações com os outros deem certo. Ou o outro me engole como sou, ou eu vou seguir meu caminho.

As coisas não são assim.
Devemos ceder, para que consigamos atingir nossos objetivos, e também, para auxiliarmos os outros a atingirem os deles. Logicamente, não deixar ninguém passar por cima de você para se dar bem. Mas eu devo sim ponderar no que o outro sente com relação à minha atitude!

Tenho pensado nisso com frequência ao vivenciar situações nesses aplicativos de paquera.
Ali você consegue perceber nitidamente o egoísmo e a falta de alteridade das pessoas. As pessoas começam uma conversa, e somem, conforme seu bel prazer. Não há justificativas. Elas apenas param de falar. Enjoam de você, e não veem necessidade de se manifestar nunca mais.
Ok, você não tem nada com ela, você não pode cobrar nada dela (nem de ninguém, na verdade). Mas você estabeleceu uma relação! Você desencadeou um sentimento, uma expectativa, um qualquer coisa na pessoa.
Porque você acha ter o direito de sumir como se fosse poeira no vento?
O que te leva a fazer isso?

Temos vivenciado tempos de babaquices gratuitas e inexplicadas, fundadas e embasadas apenas no egoísmo alheio.
Enquanto vivermos tentando preencher apenas nosso umbigo, deixando o do coleguinha de lado, não avançaremos em nenhuma direção.

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