segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Crepúsculos dominicais

Tem dias que a vida é foda.
Foda  no sentido de te foder.

Você passa a vida inteira construindo uma base, um entendimento a respeito...
Você se esforça pra compreender que: você não precisa de mais ninguém pra ser feliz ou completa.
Mas tem horas que a fraqueza bate.
E você apanha.

Apanha quieta, reagindo com taquicardia, com uma aflição que aperta o peito, e você não sabe como se livrar daquele sentir que te oprime, ocupa tua cabeça, acaba com tua respiração.
Você começa a desacreditar e, mais do que isso, duvidar de tudo que você sabe, acredita e construiu.

Um medo descomunal toma conta de ti, como se ninguém, nunca, jamais, fosse gostar do que você é. Como se jamais fosse possível alguém te olhar de novo com carinho.
A sensação de angústia vai tomando conta de ti, e você cria a certeza que nunca será digna de ser amada.

No meio da tormenta, um momento de insanidade vem me resgatar de mim, e berra a plenos pulmões: para que ser amada? porque essa necessidade? você precisa, primeiro, se amar! Antes de tudo é você consigo. E mais ninguém.
Por breves instantes respiro aliviada, mas logo o silêncio volta, e eu me deixo absorver pela minha mente atormentada.

Não entendo o porque, mas domingos a noite tem gosto de desespero para minha boca seca.

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