quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Blue.

Tive a certeza que te queria.

Só no olhar, no fulgor, no tremer das pernas.
Vendo seu nariz reto, seu sorriso, e aquele teu jeito que tanto me encanta.
Acho que foi isso que você fez comigo: encantamento.

Não há explicação para o razoável, se não essa.
Eu desejava você, com todos os teus trejeitos.
E você ali, perdido na imensidão da cachoeira, fingindo ser blasé, alheio à minha pessoa.
Como se fosse natural estar no mesmo lugar, sem querer estar.
Eu não mais estava ali.

Meu coração palpitava, a respiração quase parava, de tão rápida que pulsava.
Senti-me nos saudosos 15 anos.
E você sabia que tinha controle de toda aquela situação.

Do alto do seu sadismo e todo o poder que eu tinha te dado sobre mim
Você ria.
E estava além da minha pessoa. Eu não existia para você.
Será que um dia existi?

Não sei mensurar em que ponto da minha vida perdi o domínio sobre mim. Ou em que determinado suspiro deixei você tomar conta do que era meu.
Só sei que me vejo sem chão quando você toca meu ar.
E passa o tempo, a mensagem sem resposta, já sendo uma resposta para minha mensagem...
E eu sigo na aflição, que hoje já dá lugar à tristeza.

Logo menos vai virar apenas história... e eu espero que não demore.
Desejo também que o desejo por ti seja cada vez menor, e dê espaço para o ranço que você merece.
Não quero a raiva. Quero o desprezo pela tua babaquice e toda falta de respeito que permiti comigo.

Você me tem, é verdade.
Mas aos poucos, vou me recuperando de ti.

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