segunda-feira, 31 de agosto de 2009

11:58

E foi assim que eu a vi pela última vez.
Ali, parada, vendo tudo passar pela sua frente.
nada parecia fazer sentido
as coisas ocorriam a sua volta, mas ela estava extasiada com outra sensação.
Parecia distante, inebriada com o que outrora não estava ali.
deixava-se levar por uma brisa suave que lhe balançava os cabelos.
O som dos pássaro lhe fazia flutuar.

Enquanto isso, eu assistia a cena com tamanho fulgor que me deixava perplexo.
Peguei-a rindo sozinha, perdida no seu mundo.
Um sorriso infante, sincero,ingênuo, gostoso como criança pequena.

Por breves instantes, ela conseguiu ser subitamente invisível aos olhos dos outros, mas não ao meu.
Mal sabia que para mim, ela preenchia todo o meu eu.
Aquele sorriso...
Foi como se num segundo, tudo parasse, até mesmo a terra parou. Fez-se um silêncio repentino, e nada mais importou, além dela.
O sol iluminou-a num ângulo que ressaltavam suas leves sardas, e seu nariz delicado. Cílios de gata, compridos,esguios. Sua leve franja caída sobre seu rosto fino.
Foi como se Renoir estivesse ali, pincelando as cores e formas da paisagem.

Instantes que perdurariam eternamente em minha memória.
Fiquei admirando sua beleza por quanto tempo não sei. Mas sua presença me entontecia.

Logo, o sinal abriu, e minha paisagem se esvaiu.
Passou ao meu lado, com o sorriso estampado no rosto. E a cabeça muito longe daqui.
Me instiguei em tentar desvendar o que se passava em sua mente. Porque motivo sorria assim?

Aquela noite, sonhei...

Nenhum comentário:

Postar um comentário