Confusão.
Aqueles dias que passaram
e eu apenas observei-os passar.
Nada além.
Hoje, como num salto, me acordei dessa melancolia
consegui identificar os sabores que há muito me faltava.
Acordei para dentro de mim mesma.
Descobri que ao abrir meus olhos
tudo se completou de tal modo
que mesmo que eu tentasse, não conseguiria demonstrar.
Percebi que a vida que até então eu vivera
só teria realmente fundamento
se fosse vivida com ardor, com paixão.
Faltava eu me apaixonar por mim mesma.
Assim que essa paixão tomou conta de mim
percebi que não haveria necessidade de ninguém mais dizendo-se apaixonado por mim
eu, a partir daquele instante, passei a me bastar.
Foi como se eu saísse de um estado de estagnação
e conseguisse quebrar todas as barreiras impostas
Nada mais me impelia, nada mais me machucava ou afrontava
agora eu era Eu.
E esse eu começou a cuidar mais do seu eu.
Permitindo-se delírios e devaneios
depravados e desalmados
Desatinados...
Passei então, a deleitar-me com eles.
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