Uma noite fria de um domingo. Enquanto todos se impressionam com a escandalosa ex primeira dama da república, você para pra perceber aquilo que sempre esteve ali, e nunca te chocou.
Naquela noite, entre tantos pratos de sopa, você se depara com uma realidade indecente, a qual os demais permanecem inertes.
Então, você começa a se indagar como pode existir tanta indiferença na terra? Como podem aqueles (que para muitos são vagabundos) sobreviver a noites gélidas como as de hoje?
A desigualdade existe desde que o mundo é mundo. O mundo é mudo.
Então, você é tomada por um misto de dúvidas e agradecimentos. Ao mesmo tempo que você agradece por ter uma cama, um teto, uma comida, você se pergunta se esse mesmo deus é justo o suficiente para todos. O que os outros fizeram pra que não merecessem ter a mesma sorte?
E dúvidas relativas a sua atitude também permeiam. Será que eu deveria fornecer essa comida? Com isso eu não os induziria a continuar na rua?
Não encontrei as respostas, ainda.
Mas por hoje, me deitarei na minha cama quentinha, agradecerei pelo meu prato de comida, e dormirei com a consciência menos pesada por não ter me emudecido como o resto do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário