segunda-feira, 24 de março de 2014

Sobre afastamentos, vida de gente grande e brigadeiros.



Crescer geralmente é uma coisa dolorosa. Cortar o cordão umbilical. Difícil.
Mas até aí é algo natural, que apesar das dores, a gente sobrevive ao impacto sem maiores traumas. 

O que ninguém conta pra você é que você terá que lidar com afastamentos inesperados. Sabe aquela amiga maravilhosa que você tem desde criança, que você convive diariamente, e já está acostumada ao jeito da pessoa? A maneira com a qual ela tira o tênis pra deitar na sua cama e fofocar das coisas que aconteceram na semana?

Então, sobre isso ninguém te avisa que quando a gente cresce, vai passar. Vai mudar da água pro vinho. Aquelas tardes regadas à panelas de brigadeiros nunca mais serão as mesmas. Não por outra coisa, mas porque vocês crescem.
 
Elas darão lugar a coisas tão gostosas quanto, como idas a shows, e liberdade pra ir ao barzinho a hora que te der vontade. Mas com o tempo, a vida decide que você precisa ter rumos diferentes, a rotina muda, e a quantidade de vezes que sua amiga aparece tirando o tênis pra deitar na sua cama contar as fofocas diminui drasticamente. 

Amadurecer tem seu lado bom, é lógico que tem! Não me vejam como uma maluca com síndrome do peter pan (ok, talvez um pouco). Mas tem dias, como num domingo típico de outono, nublado, onde tua tv queimou, que tudo o que você mais queria era que aquela sua amiga aparecesse na porta da sua casa e te convidasse pra fazer um brigadeiro. 

Saudade é bom, sofrer com a nostalgia também. Aquele carinho gostoso que aquece o coração por saber que aqueles momentos foram tão deliciosos, que você estaria disposta até a vivê-los de novo! Relembrar cada momento especial passado ao lado de tanta gente boa, e agradecer por ter vivido tanta coisa deliciosa. 

Crescer é difícil. Mas se não fosse por esse crescimento doloroso, jamais nos deleitaríamos com as realidades saudosas e nostálgicas que tanto nos enchem a alma. 
Que sorte a nossa. 

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