quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

unbemerkt

Final de ano.
Geralmente nessa época, um sutil desespero se apodera de mim.
Começo a fazer aquela famosa retrospectiva, e ver todos os acontecimentos no meu ano.
Mas não é exatamente isso que me desespera.

Começo a refletir que mais um ano já se foi.
Sendo assim, envelheci.
Não que eu tenha problemas em ficar mais velha. Não. Aliás, sou uma das poucas que gostam de comemorar esse fato.
O problema que eu vejo em envelhecer, é que não terei mais as oportunidades que perdi, o tempo que vivi. E isso me deixa um tanto quanto triste.

Sei que em contrapartida, virão novos tempos, novas oportunidades, e sei que só achei aquelas que perdi oportunas, por ter vivido-as. Ou não.
Mas dentro de mim, ainda fica aquela réstia de mágoazinha por saber que o que passou, de fato, passou...

É batata! Chega o fim de ano, e a síndrome de peter pan se apodera de mim. Incrível!
Não me agrada em saber que logo logo terei que caminhar pelas minhas próprias pernas.
Que não terei mais a quem recorrer quando não achar algo no meu quarto bagunçado.
E que não poderei reclamar por estar ruim o feijão, já que provavelmente quem terá cozinhado-o fui eu.
Não me agrada também, pensar que eu serei gente grande.
Como assim?!?!?!
Eu não sei ser gente grande. E sinceramente, não tenho lá muita vontade em saber.

É tão bom ser assim.
Despreocupada da vida. Curtindo tudo suavemente. Pra quê ficar grande, pode me dizer?
Se você me provar por A mais B que ser grande é melhor. Eu começo a te entender.

Do contrário, estou bem assim. Obrigada.

Por isso, resolvi que agora o tempo tem que me dar um tempo
sim. A partir de agora, quem manda sou eu.
E eu decidi que não é hora dele passar por mim... Oras!

Quero que ele espere eu passar, aproveitando tudo intensamente. Degustando todos os sabores.
Preciso aproveitar meus irmãos, meus amores, minha família.
Há tantas coisas para serem vividas, tantos segredos a serem desvendados, as lágrimas, os sorrisos.
Me diga, como farei isso se ele ficar me atropelando?

Pois bem, então, minha única meta para o ano que se aproxima é:
Tempo, seja meu amigo. Me dê um tempo!

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