domingo, 21 de março de 2010

Caminhando

Ela continuava daquela maneira
atônita.

Não conseguia entender o que fizera de tão grave para que seu castelo viesse a ruir tão rapidamente.
Logo seu castelo, construído com tanto esmero, dedicação, afinco.
Cuidadosamente talhado para não desabar, protegendo da chuva e do frio. Uma dedicação incansável.

Sua maior felicidade era ver como ele estava cada dia mais bonito, esguio, sólido.
Era um orgulho poder mostrar a todos como ela conseguia manter algo tão firme, com suas próprias mãos.

Até que um belo dia, quando reinava em seu mundo uma calmaria fora do comum. Um dia exorbitantemente belo, sem mais nem meio mais, seu castelo desmoronou.
Foi meio inexplicável, mas parece que aquela base sólida e cuidadosamente talhada, veio abrir uma enorme fenda, trazendo todo seu esforço, dedicação e afeto abaixo.

A garota ficou desolada.
Não sabia como fazer para reparar terrível dano.
Sua dedicação, seu esforço, seu carinho... Todo investimento que ela havia dispensado, foi embora.

O choque foi terrível.
Mas não lhes falarei que ela nunca mais se recuperou.
Não.

Ela logo começou a procurar uma outra superfície, mais plana, segura.
Antes mesmo que se desse conta, já estava a procura de novas pedras, que solidificassem sua fortaleza.

Afinal, as surpresas da vida podem não ser tão agradáveis quanto esperamos.
Mas nenhuma dor perdura eternamente, assim como nenhuma alegria prevalece para sempre. Basta uma questão de pontos de vista.

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